sábado, 23 de fevereiro de 2013

Estou doente do peito, estou doente do coração
A minha cama já virou leito, disseram que perdi a razão
Estou maluco da ideia
Guiando o carro na contramão, saí do palco, fui para a platéia
Saí do quarto, fui para o porão (Luis Melodia)



Sobre a Organizadora
TEREZA RODRIGUES VIEIRA (Org.) é Pós-Doutora em Direito pela Université de Montreal, Canadá. Doutora e Mestre em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pela Université de Paris. Especialista em Interesses Difusos e Coletivos pela Escola Supe- rior do Ministério Público do Estado de São Paulo. Especialista em Bioética pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e em Sexualidade Humana pela Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana. Professora nos Cursos de Pós-Graduação em Bioética e Pastoral da Saúde do Centro Universitário São Camilo (São Paulo) e em Direito Civil e Processo Civil na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ex-Pesquisadora do Governo Federal junto à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Sociedade Brasileira de Bioética. Advogada em São Paulo. Professora-Pesquisadora da Universidade Paranaense (UNIPAR), no Mestrado em Direito, da disciplina Biodireito e Tutela Jurisdicional das Minorias. Professora-Pesquisadora de Bioética nos Cursos de Direito, Enfermagem e em Tecnologia em Estética e Cosméticos, na UNIPAR. Consultora da Comissão Especial da Diversidade Sexual do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para a elaboração do Estatuto da Diversidade Sexual. Membro convidada do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam).

Autores

Alexandre Magno Augusto Moreira • Amanda Pegorini Gimenes • Christina Féo • Desirée Monteiro Cordeiro • Edinei Aparecido Mora • Elisabete Regina Baptista de Oliveira • Enézio de Deus Silva Júnior • Fernando Augusto Montai y Lopes • Glória W. de Oliveira Souza • Heverton Garcia de Oliveira • João Batista Pedrosa • Jonas Alves da Silva Junior • Jorge Alberto Álvarez Díaz • Liliana Lopes Pedral Sampaio • Luiz Mott • Luiz Roberto Prandi • Maria Thereza Ávila Dantas Coelho • Martha Freitas • Patrícia Sanches • Paulo Roberto Iotti Vecchiatti • Pedro Federico Hooft • Rogério Amador de Melo • Silvana do Monte Moreira • Suely Aldir Messeder • Tereza Rodrigues Vieira • Toni Reis

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ATENDIMENTO A PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
A ARTETERAPIA
COMO RECURSO DE ENFRENTAMENTO E MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA



Coordenação: Liliana Lopes Pedral Sampaio

Psicóloga e Arte-terapeuta. Graduada em Artes Plásticas pela UFBA e em Psicologia pela UNIFACS, Especialista em Arte-terapia pela FDC e em Psicanálise pela PUC-SP, participante do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Saúde, Violência e Subjetividade – SAVIS - UFBA. Atendimento a paceinetes mastectomizadas no Hospital Aristides- Salvador-BA, de 2004 a 2007.

Os atendimentos podem ocorrer de forma individual ou grupo.
Para maiores informações:
(11) 964205773 
E-mail: lilianalopessp@gmail.com

Nos dias atuais, cada vez mais, estudos comprovam que para a promoção e manutenção da saúde é preciso que corpo e mente, sejam tratados e estejam em harmonia.  A Arteterapia tem grande valia em todas as fases do tratamento a partir do momento em que trabalha com a subjetividade e outros estados mentais do paciente, minimizando efetivamente o seu sofrimento estimulando seu potencial criativo, sendo uma fonte de aprendizagem acerca de si mesmo e de sua interação com o mundo. Permite lidar melhor com a ocorrência da cirurgia e verbalização de questões relativas à situação. Ajuda a resgatar e elevar a autoestima, auxiliando para entendermos de que maneira participamos do nosso adoecimento, e como podemos fazer o caminho inverso e participar da nossa cura.
Não é necessário que o paciente tenha conhecimento prévio ou treino de habilidades com relação aos materiais e recursos propostos. As produções devem acontecer da forma mais espontânea. Em nenhum momento é atribuído um julgamento estético. É certo que o contato com os materiais pode despertar o desejo e a aptidão artística de quem executa; quando isso ocorre, deve ser visto como um ganho adicional.
As colagens, os desenhos, a modelagem e os exercícios de relaxamento e visualização são de grande auxílio: “na Arteterapia encontrei paz, é muito maravilhoso participar deste grupo para encontrarmos um equilíbrio no nosso ser. Na Arte-terapia você aprende a se comunicar mais com as pessoas” (depoimento autorizado pela paciente D).


Considerando que há um forte vinculo estabelecido entre a psique e o corpo, a partir do diagnóstico de câncer de mama, existe uma repercussão direta na imagem que a mulher faz de si mesma e do seu próprio corpo. O Câncer de mama tem atravessado décadas e culturas espalhando os mais terríveis temores e fantasmas acarretando sofrimentos marcantes para as mulheres por representar a possível perda do símbolo da feminilidade.
Apesar dos avanços nos tratamentos médicos, a primeira reação do paciente é quase que unânime uma reação de desespero, uma reação de quem acabou de ser condenado à morte, o fim da vida. Em vista dessas situações os profissionais envolvidos devem estar aptos a lidar com o tema e serem capazes de oferecer ao paciente a oportunidade de refletir não somente sobre o seu adoecimento como também a respeito da cura, favorecendo aos mesmos uma possibilidade de entrarem em contato com seus sentimentos e necessidades, visando promover uma reorganização de suas vidas.



sábado, 26 de março de 2011

Simpósio de Arte-Terapia

Recorte da conclusão de um trabalho que realizei com mulheres mastectomizadas no hospital do câncer. Trabalho apresentado no Simpósio de Arte-Terapia em Salvador- BA - 2004

Após a realização de diversas atividades, reacendeu-se a certeza de que a arte por si só é um instrumento terapêutico, porém, como arteterapia essa prática deve estar embasada em conhecimentos teóricos e práticos de forma que o terapeuta esteja apto a sinalizar e orientar o seu cliente na reorganização de conteúdos psicológicos, conscientes, inconscientes ou que estejam prontos para emergir à consciência, momento este em que a arte servirá como veículo facilitador. As formas que surgem dos desenhos, recortes, pintura, a fala através de personagens, a vivência musical e corporal de forma criativa, tudo isso vem minimizar o impacto causado pela força dos conteúdos emergentes.

 Por diversas vezes pôde-se vivenciar os processos de transferência possíveis de ocorrer em uma sessão terapêutica, onde conteúdos psicológicos de cliente e terapeuta estabelecem trocas das mais diversas formas e possibilidades. Sobre as propriedades terapêuticas dos materiais, cada um deles, exerce uma possibilidade de ação no sujeito. Os contos em geral ajudaram os pacientes a se expressar, começar a falar de si através de personagens, estabelecendo um diálogo. O trabalho com fios foi um grande facilitador para que se atingisse nas sessões um maior grau de concentração, discussão de conteúdos pessoais e do próprio grupo, além de ter auxiliado na reorganização do espaço ocupado por cada componente.


O desenho e a pintura também tiveram seu lugar de importância levando as pacientes a entrar em contato com seus desejos e formas infantis, expressando-se sincera, descompromissadamente com a estética final. Realizaram seus desenhos e pinturas com capricho ou então muitas vezes rabiscando sem a preocupação de qualquer resultado a não ser dar vazão aos sentimentos de angustia, tristeza, ou qualquer tipo de sofrimento emocional pelo qual estivessem passando. Aspectos relacionados à doença ou a situação em si, nem sempre era verbalizada ou trazida como tema principal. Muitas vezes falava-se sobre a perda de um amigo, de um parente, ou então perdas pessoais ao longo da vida. A carência de afeto familiar, principalmente na relação mãe e filhos foi um dos temas mais presentes.


Falaram-se também sobre momentos de conquistas, nascimentos, crescimento e planos pessoais, objetivos a serem atingidos. Neste aspecto, procurou-se estimular principalmente a conquista e planejamento de objetivos possíveis e próximos, o que ajudou a diminuir o grau de ansiedade e frustração. (LOPES, 2004)

Auxílo à Pacientes Mastectomizadas

A ARTE-TERAPIA NO AUXÍLIO À PACIENTES SUBMETIDAS À CIRURGIA POR CÂNCER DE
MAMA, COMO RECURSO DE ENFRENTAMENTO E MELHORIA  NA QUALIDADE DE VIDA


Segundo informações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), (1999), a arte não só expressa e representa a dor humana com requinte e exatidão como também revela e deixa cada dia mais evidente o seu poder terapêutico quando na recuperação dos pacientes. A arte tem grande valia não só para os pacientes terminais como para qualquer outro, a partir do momento em que trabalha com a subjetividade e outros estados mentais do paciente, minimizando efetivamente o seu sofrimento, sendo que o paciente terminal demonstra ter um potencial criativo muito grande. A arte pode ajudar em momentos agudos, em doenças incuráveis ou em estado avançado. “[...] quando oferecemos ao paciente, elementos artísticos como o desenho, a pintura e da música. Tendo a arte como meio de expressão, ele rompe a resistência e torna o tratamento mais eficaz”. (VASCONCELLOS, 1999, p. 9).
Criatividade e sensibilidade são um potencial humano. Todos nós nascemos com potencial de criatividade, e é nos múltiplos encontros com a vida que estes vão se revelar e desabrochar. Neste sentido uma vida plena e saudável é uma vida criativa. O viver artístico não é algo extraordinário restrito a algumas pessoas socialmente reconhecidas como artistas, mas um aspecto intrínseco da humanidade e do ser humano (CIORNAI, 2004, p. 42).

Através da arte o homem materializa seu mundo interior, manifesta pensamentos, sentimentos, emoções, sonhos, desejos, todo seu universo imaginário. Suas manifestações expressão singulares pertencentes a cada pessoa. O lidar com a arte pode ser uma fonte de aprendizagem a cerca de si mesmo e de sua interação com o mundo. Ajuda a resgatar e elevar a auto-estima, auxiliando na reconstrução de uma auto-imagem mais positiva.
O arteterapeuta pode lançar mão de materiais como papel, lápis de diversos tipos, tintas, argila, carvão; como também diversas expressões artísticas: teatro, música e dança, entre outros. Deve ter conhecimento técnico suficiente sobre o manuseio dos diversos materiais e assim poder transmitir o mínimo de conhecimento necessário aos seus pacientes para que os mesmos possam tirar proveito dos recursos e possibilidades de cada material oferecido. Para a Arteterapia não há contra indicações de nenhum tipo, qualquer pessoa pode se beneficiar deste processo, podendo acontecer em sessões individuais ou em grupo. No entanto, é valido lembrar que o arteterapeuta deve ter conhecimento sobre o grau de toxidade e habilidades motoras mínimas para o manejo de cada material. Em casos específicos, como por exemplo, os pacientes mastectomizados, que apesar de serem capazes de desenvolver diversas atividades devem ser cuidadosos quanto ao manejo de algumas ferramentas como também estar atento aos movimentos repetitivos, os quais podem ocasionar conseqüências não desejáveis. O paciente deve ser levado a se soltar da maneira mais espontânea possível, sem preocupações estéticas de finalização.

terça-feira, 22 de março de 2011

Arteterapia

Sabe-se que a arte em si pode ter um valor terapêutico. O que não é a mesma coisa que arte-terapia. A arte-terapia é uma modalidade psicoterapêutica que faz uso da arte dentro do processo terapêutico. Todas as pessoas, em certos momentos, e períodos da vida, podem identificar aspectos de conflito e satisfação que são inerentes à condição humana. No processo terapêutico a arte é um instrumental valioso, tem papel facilitador, a fim de promover o entendimento do indivíduo, interrogando e integrando novas formas e possibilidades de ser e perceber o mundo.

O arte-terapêuta pode trabalhar com recursos como, por exemplo, recorte e colagem, desenho, escrita, propondo diversas atividades. Não é necessário que o paciente tenha conhecimento prévio ou treino de habilidades com relação aos materiais e recursos propostos. As produções devem acontecer da forma mais espontânea. Em nenhum momento é atribuído um julgamento estético. É certo que o contato com os materiais pode despertar o desejo e a aptidão artística de quem executa; quando isso ocorre, deve ser visto como um ganho adicional.

Durante as sessões a expressão verbal é valorizada e os materiais e recursos técnicos são propostos de acordo com a disponibilidade e necessidades sentidas. As produções realizadas em cada uma das sessões são registros que podem ser retomados e reinterpretados pelo próprio criador com o auxílio do terapeuta, ganhando assim, novos significados e valores na sua história pessoal. As sessões podem acontecer de forma individual ou em grupo, como tratamento, prevenção e auxiliar em processos diagnósticos.